Com nomes como Beyoncé, Britney Spears e Rihanna confirmados em sua lista de atrações, a edição 2016 do Video Music Awards tinha tudo para se tornar uma das mais épicas da premiação. É, mas será que foi? Com um line-up de apresentações bem mais enxuto, uma vez que Rihanna, mais nova artista a receber o Michael Jackson Video Vanguard Award pelo seu conjunto da obra videocliptica, tomou quatro blocos destinados a performances para si, o VMA desse ano puxou boa parte dos artistas-revelação para o seu pré-show e outros ainda para o pré-VMA, que aconteceu um dia antes.
Tove Lo, Phantogram, Bebe Rexha, Alessia Cara, Troye Sivan, Jidenna e Lukas Graham foram os nomes escolhidos pela MTV para se apresentarem em ambos eventos e, olha, eu fiquei bem satisfeito com tudo que vi. Só faltou mesmo a DNCE, que foi eleita pela audiência na categoria Best New Artist, e o Twenty One Pilots, que, sim, já tinha se apresentado no show principal ano passado, mas esse ano está bem mais em voga e não creio que eles se sentiriam rebaixados por serem puxados para o pré-show vide sua natureza alternativa.
Para comemorar o recebimento de seu Video Vanguard Award, Rihanna polarizou sua carreira em quatro blocos distintos de apresentações, voltadas, cada uma, para um estilo musical. Pop, dancehall, hip hop e R&B foram os gêneros escolhidos e as performances ficaram simplesmente demais. E quando falo performance eu tô me referindo ao todo. Cabelo, maquiagem, figurino, coreografia, produção, músicos, músicas. Tava tudo perfeito. E serviu bem pra gente ver o quão versátil a Rihanna conseguiu se mostrar ao longo dessa sua primeira década de carreira. Parece que faz muito mais tempo, né? São tantos hits! E o que dizer da justiça feita a "Bitch Better Have My Money", que, apesar de ter ficado de fora do Anti, foi apresentada como o hino que é? Virou TT e tudo! Riri arrasou ❤
Pop, colorida, divertida. Ariana Grande fez da primeira performance televisionada de "Side To Side", seu mais novo single em parceria com a Nicki Minaj, uma verdadeira ode a era de ouro do VMA. É, porque a produção dessa apresentação tava um escândalo. Tudo muito grandioso. Do jeito que a gente gosta. É esse tipo de performance que nós curtimos ver nas premiações da MTV. Algo que encha nossos olhos e fique guardadinho na memória pra sempre. Eu, pelo menos, nunca vou esquecer! Ah, tem uma coisa que eu gostaria, sim, de apagar da minha memória. Aquela participação preguiçosa da Nicki Minaj. Cantora pop que não canta ao vivo por falta de potência vocal a gente até entende, agora rapper que inventa de cantar sem saber, usa voz de terceiros em seus registros e fica se confiando no playback não dá. Milli Vanilli Video Vanguard Award pra você, fofa!
Assim como a Ariana Grande, que refez algumas tomadas do clipe de "Side To Side" em sua performance, o Nick Jonas não só replicou o conceito do vídeo de "Bacon" como praticamente o regravou de uma maneira ainda melhor. Apesar de simplesmente não entrar na minha cabeça o fato de um artista performar uma música numa premiação direto de um estúdio, o irmão de Joe Jonas, que, inclusive, fez uma aparição na perfô com a galera da DNCE, soube virar o jogo no final, não só trazendo o Ty Dolla $ign para se apresentar com ele, como finalizando a apresentação na rua em cima de um carro dos bombeiros com a galera cantando a música em coro. Será que ele já sabia que a gente estaria em chamas ao final da performance? Arrisco dizer que sim!
Quando a gente achava que a Deserto Tour tinha chegado ao fim, eis que Britney Spears faz questão de passar como um furacão por cima da poeira para que nós possamos comê-la. A concepção da primeira apresentação televisionada de "Make Me" estava linda. As sombras, os figurinos, a coreografia. Mas há ressalvas. Não uma. Várias. Todo mundo sabe que eu sou um grande admirador da fia, mas há certos momentos em que a verdade precisa ser dita. E a verdade é que ela conseguiu fazer uma performance ainda mais medíocre que a de 2007. É, porque, se naquela época ela tinha inúmeras razões para justificar a sua falta de norte , hoje ela já não se enquadra mais no perfil de coitadinha. Muito pelo contrário. Sua vida vai muito bem, obrigado. Tranquila, feliz, despreocupada. Acho que despreocupada até demais!
A apresentação começou super bem. Aquela introdução onde as sombras simulavam que a fia trajava um longo quando, na verdade, estava semi-nua, foi simplesmente demais. É, mas a gente preferia o longo, viu? Queriamos ver algo diferente e Britney com um bodysuit deixou de ser novidade lá em 2000. Quanto ao uso de playback, não sei nem se vale a discussão, uma vez que já tem um bom tempo que nem mesmo as baladinhas são interpretadas ao vivo, logo, deixarei passar, mas na próxima vez que a fia fizer a gente de trouxa pegando microfone de mão sem necessidade, O BICHO VAI PEGAR. E quanto ao rumor que vem circulando na web que o cover de "Me, Myself & I" seria interpretado ao vivo, mas o microfone, por algum motivo, foi desligado, balela. É, porque o microfone de todos os artistas que se apresentaram ao longo da noite estavam ligados e funcionando perfeitamente. Por que só o dela não? Adoraria estar aqui pagando o maior pau e vangloriando essa performance, que tinha tudo pra ser épica, mas, infelizmente, não foi. Pode ser que daqui a alguns anos ela ainda seja lembrada por marcar o retorno de Britney Spears ao palco do VMA, mas hoje ela é algo totalmente esquecível. Eu, pelo menos, já esqueci.
Enquanto Britney Spears leva sua carreira no pagode, Beyoncé mostra que não é só porque é uma das artistas mais relevantes dessa geração que vai deixar de dar o seu melhor revelando-se o mais interessante, ambiciosa e inventiva que puder. A mulher tá cada dia mais megalomaníaca. Criando coisas novas. O mundo é o limite. E, olha, corre o risco do mundo ficar pequeno pra ela muito em breve. Beyoncé entregou em 15 minutos o que Rihanna precisou de uma noite inteira para desenvolver. A fia cantou, dançou, interpretou, gritou, saiu correndo, agrediu câmeras. Pergunta se ela ao menos ficou ofegante? Não sei se é genética ou preparo físico ou ambos, só sei que a fia destrói. Outra coisa que eu não sei é porque ainda me surpreendo, uma vez que a linda nunca deu um escorregão na carreira. É evolução por cima de evolução. Destruição por cima de destruição. Confesso que o Lemonade tava longe de ser um dos meus álbuns favoritos, mas, depois dessa eu só quero saber de ouvir ele no repeat enquanto tento reproduzir 1% de tudo que ela fez nessa performance direto do meu quarto.
Pouco antes da Rihanna encerrar a noite com seu último medley, nós ainda tivemos os lindos do The Chainsmokers em parceria com a Halsey cantando "Closer", música que atualmente assina como #1 no Hot 100 da Billboard americana. Assim como cada um dos artistas que se apresentou naquela noite, eles imprimiram bem sua identidade na performance. Os caras são artistas do segmento eletrônico, então eles precisavam do que? Nada mais que uma intérprete e suas pickups. No caso, eles também cantam, então a Halsey foi a cereja do bolo, porque, convenhamos, essa música não seria a mesma sem ela. A sensação que essa apresentação me passou foi a mesma de alguns dos nossos artistas favoritos em sua estreia na premiação. Dava pra ver a animação na cara deles. Acho que os fios sequer acreditavam que estavam ali, mas, nem por isso, deixaram de entregar o seu melhor. Única coisa ruim foi a produção que demorou um bocadinho pra soltar aqueles papéis picados no final. Testaram antes não, fios?
E esse foi o VMA 2016! Tem muita gente falando que essa foi uma das piores edições da premiação e eu concordo em parte. Apesar das atrações terem sido ótimas, faltou gente famosa naquele auditório. Não sei vocês, mas, já na primeira hora de show, eu não não aguentava mais olhar pra cara da Kim Kardashian. Só tinha ela lá? Porque não puxaram outras celebridades pra frente? Porque não estão tão em evidência? Bem, meus queridos, ruim é o tal do nada! Isso sem falar nos prêmios que ficaram em último plano esse ano. Entregaram quantos ao vivo? Uns cinco? Entregaram vírgula, né? Porque em boa parte dos awards apresentados os artistas sequer estavam lá. Pelo menos da acusação de que só ganha quem vai a MTV está livre. Se bem que ninguém foi, né? Adele e Justin Bieber, que estavam logo atrás de Beyoncé em número de indicações sequer tocaram no assunto domingo passado. Mas também, né? Iam só pra dar close? Não ganharam nada, coitados. E aqueles apresentadores, gente? Tanta gente boa desempregada (incluindo eu) e aquele povo ali! Meu Deus do céu. O VMA é uma das poucas coisas boas que sobrou da verdadeira MTV. Tão querendo acabar até com isso? Acorda pra vida Music Television!