Quando a Kerli lançou seu álbum de estreia, o Love Is Dead, em 2008, ela tinha apenas 21 anos e tudo para ser a mais nova superstar do pedaço. Na época, o pop punk estava em alta e a fia era uma das poucas representantes femininas que se sobressaia, uma vez que artistas como Ashlee Simpson e Avril Lavigne, que dominaram a cena por praticamente uma década, estavam saindo pela tangente e/ou migrando para outros estilos. Sucesso de crítica, o disco, que chegou às lojas em julho daquele ano, acabou sendo ofuscado por um lançamento que daria as caras não muito tempo depois: o The Fame da Lady Gaga, que deu baixa no reinado das princesas do rock alternativo e iniciou uma nova era dominada pela música pop eletrônica. Apesar do estilo musical distinto, Kerli e Gaga possuiam um senso estético bastante similar, fazendo com que a estoniana ficasse em segundo plano em termos comparativos uma vez que a Mother Monster logo tornou-se uma artista em esfera global.
Para o seu segundo registro de inéditas, Kerli buscava aliar o seu estilo gótico a música pop na tentativa de conceber uma nova sonoridade. Apesar de seus esforços, Utopia, que era para ser o seu segundo álbum de inéditas e acabou virando um EP, chegou envolto a uma atmosfera eletrônica, passando longe de sua matriz roqueira e alternativa. Fora da Island Records, gravadora responsável pelo seu lançamento no mundo da música, a fia passou a fazer parte da Ultra Music, onde atuou especialmente como compositora, escrevendo faixas para artistas como Benny Benassi, Seven Lions e tyDi, com quem lançou algumas faixas em parceria, como "Something About You" e "Stardust".
Atuando na esfera independente, Kerli tem feito de 2016 um ano divisor de água em sua carreira. Sabe aquele equilíbrio entre o pop e o gótico que ela buscava para o seu segundo registro? Ela finalmente encontou e tem feito bom uso dele com o lançamento de singles e clipes primorosos que, independente de charts ou do fato de que farão ou não parte de algum álbum ou compilação, merecem ser apreciados. Lançado em fereveiro passado, "Feral Hearts" foi a primeira amostra dessa nova safra e nela já era evidente não só a evolução lírica, sonora e visual de Kerli, mas também a sua satisfação em finalmente poder entregar o resultado final do projeto que tanto almejou. "Blossom" veio na sequência, elevando ainda mais o seu patamar e firmando-a como uma forte referência do que nós podemos (e queremos) esperar da música pop daqui pra frente.
Daí, quando a gente achava que a fia já tinha alcançado a máxima de sua maturidade em todos os âmbitos da esfera artística, eis que ela mostrou que aquele era só o começo com o lançamento de seu mais novo single, "Diamond Hard", que já chegou acompanhado de um clipe matador. Sobre a faixa, "Diamante Rígido" é tudo que nós gostaríamos de estar ouvindo nas rádios agora. Poderoso, desafiador e refrescante, o single é uma verdadeira miscelânea de tendências musicais, soando como uma espécie de sinfonia eletrônica osquestrada por violinos e sintetizadores. O bagulho é pesado! Já seu clipe, dirigido pela própia Kerli, trata da batalha entre a luz e as trevas, tendo a natureza como plano de fundo, aliada a elementos míticos e folclóricos ilustrados por um culto pagão onde a Deusa é quem? Isso mesmo, Kerli e seu peso em diamante! Confira:
ATUALIZAÇÃO 12/08/2016 ás 08h41: Cinematográfica que só ela, Kerli acaba de lançar uma nova versão do vídeo de "Diamond Hard" em 360º. Apesar de se tratar de um clipe totalmente diferente, a pegada mítica e folclórica, característica dessa nova era, segue intacta. Ainda que já esteja disponível para quem tem o link ou código de incorporação, o vídeo segue como não listado no canal da cantora, somando, até o presente momento, pouco mais de 2 mil visualizações. Será que ela sabe que a gente já tá vendo? rs