Munido apenas de cara, coragem e R$500 que a minha mãe me emprestou, me mandei na última sexta-feira (07) pro Rio de Janeiro junto com a Andréia e mais uma galera com a intenção de curtir os shows do Circuito Banco do Brasil. Pra não ficar sempre na mesma e dar aquela variada esperta (contém ironia), não conseguimos credencial, não ganhamos promoções (e olha que até participamos de algumas, rs) e, assim como todo mundo, tivemos que tirar a grana pra compra do ingresso do próprio bolso (nem tô reclamando, até porque não é novidade pra ninguém que os blogueiros de cultura pop são pra lá de subestimados).
Como vocês bem sabem, não sou lá a pessoa mais pontual do mundo (tanto que esse post tá saindo quase uma semana depois do evento, rs), e, mesmo tendo visto que a Pitty abriria o Circuito ás 17h, consegui a proeza de chegar quase uma hora depois, perdendo boa parte do show. Quanto a estrutura do Circuito, achei tudo bem intimista e padronizado. Até porque, todos os quiosques presentes eram do Banco do Brasil, diferente da maioria dos eventos nestes moldes onde uma série de patrocinadores se fazem presentes.
De todos os festivais em que já estive, esse foi o primeiro onde não rolaram ações interativas. Nada de jogos, brincadeiras ou mesmo atividades esportivas (exceto a Copa Brasil de Skate Vertical, onde eu vi que, mesmo após o fim da competição, haviam instrutores ensinando uma galera a, pelo menos, se equilibrar em cima de um shape). - Ué, mas e os outros quiosques serviam pra que? Então, ficou bem na cara que um dos objetivos do Banco do Brasil era aumentar seu banco de dados com o intuito de conquistar novos clientes num futuro próximo, tanto que, a principal ação do evento funcionava como uma espécie de jogo de loteria, onde você ganhava um cartão (tipo aqueles que a gente usa pra sacar dinheiro no banco) e com ele fazia um cadastro (não se espante se começarem a chegar novidades do Banco do Brasil no seu e-mail) podendo faturar R$200 na hora ou R$5.000 no final do Circuito.
O mais legal dessa ação, pelo menos pra mim que não ganhei nenhum dinheiro (rs), era que, após efetuar o cadastro, você tinha direito a 20 minutos de internet Wi-Fi liberada. Todo mundo sabe o quão difícil é publicar alguma coisa via 3G em locais com um grande aglomerado de pessoas, logo, achei a ideia simplesmente genial (apesar de eu já ter batido nessa tecla diversas vezes). Outro estande que veio bem a calhar foi o de Recarga de Celular. À princípio jurei que se tratava de uma banquinha para recarga de créditos, logo, convoquei toda galera pra me acompanhar até lá, mas acabei pagando o maior King Kong quando vi que se tratava, na verdade, de um estande pra recarga de bateria (já vou mandar meu vexame pra seção de Micos da Capricho).
Voltando as atrações, peguei apenas 1/3 do show da Pitty mas foi o suficiente pra saber que a fia ainda tá com tudo. Já marquei presença em vários shows da banda que rolaram aqui na minha cidade (a maioria no enigmático Ceará Music - Por onde anda o Ceará Music? Um beijo Ceará Music!) e é simplesmente impossível não pirar. Destruidora que só ela, a roqueira levantou a galera ao som de alguns de seus maiores sucessos, como "Máscara", "Me Adora" e "Na Sua Estante", além, claro, das novas "Setevidas" e "Serpente". Como tinha acabado de chegar e tava mais preocupado em encontrar um local confortável pra curtir o show, acabei não prestando atenção nos backdrops (na verdade nem sei se a Pitty costuma fazer uso desse tipo de intervenção em seus shows), logo, ficarei devendo, mas garanto que pago em breve, até porque preciso conferir esse show na íntegra o quanto antes.
Como já sabíamos que o Frejat entraria logo na sequência, resolvemos dar um pulinho nos estandes, bem como no banheiro, para nos prepararmos física e psicologicamente para os shows que estavam por vir. Com um céu já escuro e nebuloso, o MGMT subiu ao palco esbanjando melancolia ao som da baladinha "The Youth". Com um setlist mínimo para uma banda que já conta com três álbuns de inéditas, o MGMT teve como pilar central de seu show única e exclusivamente a música. Sem a mínima interação com o público, a banda engatou uma música atrás da outra, fazendo a alegria dos fãs presentes, mas meio que desapontando a galera que estava ali para conhecê-los (um "Boa noite Brasil, nós somos o MGMT!" não ia arrancar pedaço, nem tampouco alçalos ao temido mainstream - sério, boa parte das bandas alternativas morre de medo só de ouvir essa palavra). Como não poderia deixar de ser, "Time To Pretend", "Electric Feel" e "Kids", singles presentes no álbum de estreia da banda, se mostraram como os pontos altos do show. Com o cheiro de maconha cada vez mais evidente no ar, os backdrops pra lá de psicodélicos acabaram auxiliando, de uma maneira ou de outra, na viagem que o MGMT estava ali para nos proporcionar. Uma pena que ela tenha sido tão curtinha e sem muita animação, mas, de qualquer forma, curti a vibe e espero vê-los de novo em breve.
Acompanhado de uma chuva daquelas, o Paramore veio logo na sequência com aquele que logo receberia o título de show da noite. Animada que só ela, Hayley Williams já chegou cumprimentando todo mundo e anunciando que aquele não se tratava de um show qualquer, mas sim do encerramento da atual turnê da banda, a The Self-Titled Tour. Com um número incontável de hits (que simplesmente não couberam no setlist), a banda teve que fazer vários cortes para esta turnê. Hinos como "Crushcrushcrush", "Monster" e até mesmo o carro-chefe do último álbum "Now" acabaram ficando de fora, dando vez a novos sucessos, como "Ain't It Fun", "Still Into You" e "Last Hope". Alguns dos pontos altos da noite ficaram por conta da bronca que a Hayley deu nos câmeras que insistiam em filmar apenas ela: "Esse show é do Paramore e não da Hayley. Filmem a banda e não só a mim", além do macro-cover de "Come On Over" da Christina Aguilera que a cantora fez enquanto chamava, mais uma vez, a atenção dos câmeras para os integrantes da banda. O momento mais mágico da noite, sem sombra de dúvidas, ficou por conta da apresentação de "Misery Business", quando uma fã foi chamada até o palco para cantar a música com a banda. A sortuda da vez foi a Thaís, que, ao pular de cima do amplificador de som, acabou caindo no chão (tadinha), fazendo com que Hayley, Jeremy e Taylor não demorassem muito a fazer o mesmo e terminassem de apresentar a música sentadinhos com a gata. Aposto como a Thaís tá desmaiada até agora (assim como a gente). Já quero Hayley e companhia de volta PARA muito MORE no ano que vem!
Fechando a noite com chave de ouro, o Kings Of Leon chegou com novos ares (bem menos carregados que os de sua última passagem pelo Brasil) para mostrar que o seu touro mecânico ainda tem, sim, fôlego e potência para derrubar muitos forninhos. Com direito a backdrops de cair o queixo, projeções pra lá de interativas e, pasmém, fogos de artifício, a banda da família Followill faz um apanhado geral da carreira na versão para festival de sua Mechanical Bull Tour. Abrindo o show com a espetacular "Supersoaker", a banda não demora muito a ter o público na palma de sua mão. Com seus dois maiores sucessos, "Use Somebody" e "Sex On Fire", resguardados para os momentos finais da apresentação, o KOL segura o show intercalando novos sucessos, como "Temple" e "Family Tree", com alguns de seus maiores clássicos, como "Molly's Chamber" e "The Bucket" (faltou "King Of The Rodeo" e "Charmer", tá?). Simpático e, acredite se quiser, interagindo com o público, o vocalista Caleb Followill conseguiu limpar a imagem introspectiva (e até um pouco rabugenta) que havia deixado durante sua última aparição por aqui no Planeta Terra Festival 2012. Salve o roteirista desse show!
E foi isso! Aproveitando que ia pro Circuito, resolvi passar logo quatro dias no Rio de Janeiro pra fazer juz a passagem (até porque, pagar R$400 pra bater e voltar não rola). Como falei no início do post, a Andréia também tava por lá e nós zoamos bastante junto com o Jeff (que, assim como ela, também é de Brasília), a Fê, o Bruno e a Brenda (que são aqui de Fortaleza). Até pensei em fazer um vlog mostrando tudo que rolou na viagem mas ainda não tô muito habituado com essas ferramentas de vídeo e, por mais que não pareça, sou bastante tímido. Sei que ainda tá um pouco cedo, mas ja estamos pré-planejando a nossa ida para o Lollapalooza do ano que vem. Quem sabe dessa vez não rola, né? :D